Três motivos para prestar atenção em Davos por este dias

Três motivos para estar atento a Davos, estação de esqui da Suíça, no Fórum Econômico Mundial, onde se reúnem até dia 24 os principais investidores do Planeta para discutir conjuntura e dar rumos a seus volumosos cofres. O primeiro motivo, claro, é o tema de como e o que fazer com a inteligência artificial para ganhar dinheiro. Mas o segundo motivo para lá estar que deve, de certa forma, se não ofuscar, pelo menos movimentar o local, é a polêmica posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, que foi ontem.

Além das curiosas e constrangedoras imagens do dono da Meta observando o busto da mulher do dono da Amazon durante a cerimônia, destacadas nas redes sociais, o acontecimento de Washington teve assinaturas de medidas impactantes do segundo mandato do empresário americano na Casa Branca. Por exemplo, para ele, gays não terão mais vez na América, uma referência absolutamente pessoal e cuja divulgação já é ridícula tornando-se um ABSURDO ao ser elevada a política de Estado e fazer parte do discurso oficial inaugural de um presidente da República que se diz o berço da democracia. Um escândalo!

Mas eu ainda acho que o terceiro motivo para subir as montanhas brancas desta época na Suíça, pelo menos para mim em pensamento, seria um encontro com a literatura. Foi lá, em um sanatório na então Davos Platz, que Hans Castorp encontrou-se com o primo Joachim para nos contar, pelas letras de Thomas Mann, na "A Montanha Mágica", obra de 1924, a maravilhosa história de relações humanas, esperança e os erros políticos e sociais que antecederam a grande tragédia mundial que viria com nazismo, fascismo e a Segunda Guerra. Se olharmos o gesto provocador de um outro personagem da festa trumpista, um livro atualíssimo.

Picos suíços, proximidades de Schnottwill, observados em voo de Londres para Milão / Foto: Pablo Pereira

Reprodução de imagem em vídeo de rede social

Reprodução da página do sanatório, que hoje é um hotel em Davos