top of page

Oscar, uma história de cinema

  • Pablo Pereira
  • 20 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de mar.

Na próxima quinta-feira, dia 23/01, devemos ficar sabendo quais os filmes e atores serão os indicados para receber o Oscar 2025 na edição 97 do maior prêmio da indústria internacional do cinema. Depois de faturar o Golden Globe 2025, concedido dias atrás pela crítica especializada no assunto, como melhor atriz dramática da temporada 2024, a atriz brasileira Fernanda Torres, do "Ainda Estamos Aqui", dirigido por Walter Salles, aparece com chances de uma indicação ao Prêmio top do cinema. Tomara que consigam mais essa conquista. A torcida para eles é grande!


Criada em 1927, por Austin Cedric Gibbons, designer e diretor da MGM, a hoje famosa estatueta dourada, que na verdade era de bronze banhada de ouro, é um marco valioso para qualquer obra ou artista agraciado, como o é também o Globo de Ouro, este instituído nos anos 1940, e que distinguiu Fernanda Torres das demais indicadas, craques como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Kate Winslet, Pamela Anderson e Tilda Swinton. O Golden Globe já foi dado a estrelas fantásticas: Ingrid Bergman, Grace Kelly, Audrey Hepburn, Liz Taylor, Liv Ullmann, Jane Fonda, Meryl Streep, Michele Pfeiffer, entre outras deusas da tela grande, como dizem os cronistas que entendem efetivamente da coisa. A última a ganhar, antes de Fernanda Torres, foi Lily Gladstone, em 2024.


Voltando aqui ao Oscar, aprendi com a leitura do mestre Ruy Castro que a cobiçada estatueta foi apelidada desse jeito pelo jornalista Sidney Skolsky. Ele foi o primeiro a escrever a palavra "Oscar", conta Castro no livro "A Arte de viver bem". Dizia Skolsky - e aqui cito texto do editor Scott Feinberg, do The Hollywood Reporter - que não queria mais repetir em seus textos a expressão "estatueta de ouro". Daí, apelidou-a, segundo ele, com uma referência a piada antiga de um comediante que perguntava sobre charutos ao líder de uma orquestra, chamado Oscar.


Que Skolsky foi o primeiro a registrar o apelido em papel, ok. Mas há controvérsias quanto à criação do nome do Prêmio. Pelo menos duas outras hipóteses. A da atriz Bette Davis, segundo a qual o Oscar do Oscar era do marido dela, Harmond Oscar Nelson. E a versão de Margaret Herrick, uma diretora na Academia de Cinema, que sustentava ser uma homenagem a um tio dela. A atriz e a bibliotecária da Academia já morreram.


Como Gibbons, o pai da estatueta, morreu em julho de 1960 e não se conhece sua versão do assunto, a imaginação voa. Detalhes da história dele e da criação do Oscar, que o designer ganhou diversas vezes, pelo menos duas na categoria Direção de Arte, estão no livro "The Academy and the Award", de Bruce Davis, aliás, também citado por Feinberg.


Um deus egípcio


Mas ocorre que quando foi criado o troféu (1927/28), como argumenta Feinberg, acontecia importante pesquisa arqueológica no Egito e lá fora descoberta uma estatueta de um deus chamado Ptah, a divindade da arte e da criação. Ao longo dos anos, Ptah foi fundido com outras duas divindades, Osíris (deus da ressurreição) e Sokar (deus do artesanato).


Pelo artigo de Feinberg, pode ser essa a verdadeira inspiração do apelido do troféu. É que a representação do deus Ptah, segurando um cetro, tem semelhança com a forma da estatueta de ouro com uma espada espetada num rolo de filme desenhada e desenvolvida pelo time de Gibbons. Feinberg acredita que o designer da MGM terminou por unir "Os" (de Osíris) e "kar" (de Sokar), criando o "nickname" do objeto mais apreciado da indústria da arte cinematográfica. Pode ser mera especulação, mas acho que merecia um filme!





Este Post foi atualizado em 23/01.


Parabéns aos envolvidos!!!!!


O filme de Walter Salles recebeu indicação para o Oscar 2025. Show de bola. E Fernanda Torres foi indicada para Melhor Atriz.


Post atualizado em 5/03


O filme de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, que conta a história do assassinato do ex-deputado Rubens Paiva pela ditadura militar do Brasil, ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025. Um feito histórico para o cinema brasileiro.


O prêmio de Melhor Atriz, para o qual Fernanda Torres foi indicada, foi concedido à americana Mikey Madison, de Los Angeles, pela atuação no filme Anora. Houve gente na imprensa brasileira que preferiu destacar que Fernanda não ganhou o prêmio, classificando o fato como uma "derrota". Grande bobagem! O fime é vencedor! Fernanda é vencedora! A bilheteria mostra isso. O resto é leitura babaca de pessimistas.


 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page