top of page

Fragmentos isolados de felicidade

  • Pablo Pereira
  • 31 de jan.
  • 2 min de leitura

Gonzaguinha cantava que é preciso não ter vergonha de ser feliz. E que a vida é bonita. Tinha razão, embora a felicidade, para ele, um sujeito preocupado com os problemas sociais de seu tempo, fosse mais um sonho do que uma realidade cotidiana. Gonzaguinha era daqueles artistas que vivem afetados pelo ambiente, por vezes muito difícil, que os cerca. Coisa de gente sensível, com consciência política das desigualdades de um país rico por natureza (salve, Jorge Ben Jor), mas paupérrimo em muitos aspectos.


Então, se a felicidade é feita de breves momentos de prazer, como sabem os angustiados deste viver nosso de cada dia, é preciso ter noção dessas raridades e abreciá-las, tipo Gonzaguinha e outros, como Chico Buarque, que diverte-se como ninguém apenas jogando um pelada. Uma dessas cognições prazerosas está, penso eu, na percepção de momentos simples, mas únicos e exclusivos, de cada um, como a beleza da observação de um Sol nascente, ou poente.


Cada olhar tem cena própria, absolutamente pessoal, registro de fragmento do tempo que jamais ocorrerá e nem será repetido por ninguém, o que nos permite a rica sensação estar vivo. É por isso que a fotografia é algo tão fascinante para a memória destes fachos de felicidades. Tempo fa, como dizem italianos, tive momentos assim numa viagem a Ilha de Trindade, no meio do Oceano Atlântico, na direção da África, quando flagrei o dia nascendo em instante e ângulo que, posso afirmar, nunca ninguém mais verá.


Amanhecer em Martin Vaz e rochedo da Agulha, no Atlântico, já próximo da Ilha de Trindade / Foto: Pablo Pereira
Amanhecer em Martin Vaz e rochedo da Agulha, no Atlântico, já próximo da Ilha de Trindade / Foto: Pablo Pereira

Gaivota  em voo diante da Ilha de Trindade, a 1.200 km do Continente, vista do navio Amazonas, da Marinha, em viagem para reportagem para o Estadão, publicada em dezembro de 2016/ Foto: Pablo Pereira
Gaivota em voo diante da Ilha de Trindade, a 1.200 km do Continente, vista do navio Amazonas, da Marinha, em viagem para reportagem para o Estadão, publicada em dezembro de 2016/ Foto: Pablo Pereira


Um pôr do Sol no local de trabalho, vazio, durante a pandemia de covid-19, em 2021 / Foto: Pablo Pereira
Um pôr do Sol no local de trabalho, vazio, durante a pandemia de covid-19, em 2021 / Foto: Pablo Pereira

Garça pescadora do Lago do Ibirapuera / Foto: Pablo Pereira
Garça pescadora do Lago do Ibirapuera / Foto: Pablo Pereira

Ou esquiando na Grouse Mountain, em Vancouver, em 2018 / Foto: sem identificação
Ou esquiando na Grouse Mountain, em Vancouver, em 2018 / Foto: sem identificação

 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page