Europa comemora “barraco” na Casa Branca e fracasso de acordo de mineração na Ucrânia
- Pablo Pereira
- 1 de mar.
- 2 min de leitura
Uma olhada nos jornais europeus deste sábado, 1º de março, dá uma noção do estrago ocorrido ontem na política diplomática dos EUA após o bate-boca na Casa Branca. A sensação generalizada na Europa é a de que o líder ucraniano, destratado por Trump e Vance, o vice, que disse, em rede nacional, que Zelensky não agradecera o apoio dos EUA e que teria ido ao país fazer campanha para Kamala Harris - fato desmentido logo depois na imprensa , que reprisou depoimento de Zelensky de agradecimento aos EUA durante visita a Joe Biden em julho do ano passado. Já a MSNBC classificou como “mentira” a posição de Vance.
A grande questão é que os americanos perderam a oportunidade de fazer Zelensky assinar o contrato de um acordo para os EUA terem minas de lítio, urânio e titânio em solo ucraniano. Zelensky aproveitou o clima tenso para “vazar” sem assinar o compromisso negociado entre as duas diplomacias. Provavelmente, ao se posicionar ao lado de Putin, Trump espera que a Rússia, invasora, ganhe a guerra garanta a ele os minerais ucranianos. Só que agora terão de combinar, não com os russos, mas com os europeus. Estrategicamente, Zelensky mantém retórica de parceria com os EUA.
Mas, ainda na noite de sexta-feira, recebeu ligações de apoio de líderes europeus. Na manhã deste sábado, foi recebido com festa em Londres, onde esteve com o primeiro-ministro do Reino Unido , Keir Starmer. Claro que os europeus estão contentes com a briga histórica no Salão Oval, que muda as relações dos EUA/Europa, de mais de 80 anos, em pacto costurado por gente do tamanho de Churchill e Roosevelt para derrotar o nazifascismo.
Agora, ingleses, franceses e alemães terão oportunidade de também negociar com a Ucrânia o acesso ao lítio, minério fundamental para a construção de uma indústria de carros elétricos, tecnologia hoje dominada pela China e que desindustrializou a Europa. Nos próximos dias, em cúpula de europeus, ter-se-á uma ideia clara do tamanho do estrago feito por Trump e seu vice, o espalhador de Fake News.

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