E o que acontece no mundo? Talvez depois do carnaval...
- Pablo Pereira
- 3 de fev.
- 2 min de leitura
A sequência de atos do novo governo instalado na Casa Branca tem chamado a atenção do mundo por sua excepcionalidade. Enfrentamento com países vizinhos a partir de novas normas na política de imigração, adoção de guerra comercial como afirmação de poder, perdão para aliados invasores do Capitólio em 2021, além de tentativas de ingerências nas políticas internas de países latinos, europeus e do Oriente Médio são parte da parafernália de espalhafatosas ações do segundo mandato do presidente dos EUA. Essas medidas duras abrem, por exemplo, uma caçada policial nas ruas alimentando uma onda de preconceitos de supremacistas e viram preocupação mundial.
Um artigo de opinião do The Guardian, assinado por Nesrine Malik, no entanto, serve para, digamos, tirar o véu dessa investida do gabinete recém empossado em Washington. "Trump 2.0 is exposing American exceptionalism for what it is – and has always been", diz Malik. Trump é o que os americanos sempre foram, ensina a comentarista do jornal britânico, emendando que quem se choca com o uso da Baía de Guantânamo como depósito de imigrantes indesejados, atos de imperialismo e bilionários como executivos de governo está esquecendo do que foram os governos americanos anteriores. Na mosca!
Nos últimos dias, porém, redes sociais foram inundadas de imagens de povo nas ruas em cidades americanas, como Los Angeles, mas notadamente da Europa, em manifestações contra o ressurgimento de movimentos extremistas de direita, apoiados pela retórica trumpista, que no século passado culminaram em regimes perpetradores de atrocidades contra a humanidade. Por outro lado, mexicanos e canadenses já começam a dar preferência, nos supermercados, a produtos com suas bandeirinhas nacionais, marcas de produção local. Aqui, após o despejo de aviões lotados com pessoas algemadas, com relatos de maus tratos em voos por tripulação militar americana, ainda estamos absortos, lotando praias e enchendo quadras de ensaio de escolas de samba. Talvez, mais pra fente, depois do carnaval, quem sabe...

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