A história do Bento português
- Pablo Pereira
- 2 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de jan.
Um dos mais importantes nomes da cultura na Europa, dono de uma extensa obra literária e filosófica, que está na origem do mundo todo a partir do Século 17, é conhecido como Baruch Espinosa. É dele a ideia de uma sociedade que depois terminou forjando as democracias como são atualmente mundo afora.
Nascido em 1632, descendente de uma família portuguesa, que vivia em Amsterdã, Baruch era, na verdade, Bento de Espinosa. Baruch é a palavra hebraica para abençoado, o mesmo que Bento na língua mãe da família. Baruch, na escola judia; Bento, na intimidade dos imigrantes obrigados a fugir de Portugal para os Países Baixos (Holanda) para escapar da terrível Inquisição, que queimou em fogueiras cristãos novos, como Isaac de Tartas, que, aliás, viveu no Brasil, em Recife.
O livro "O segredo de Espinosa", do escritor português José Rodrigues dos Santos, pela editora Planeta, conta a história dessa personagem fantástica, influenciadora, para usarmos um termo da moda, de contemporâneos como Gottfried Leibniz (um privilegiado), além de John Locke e Immanuel Kant, assim como de pensadores de Séculos posteriores, tipo Karl Marx, Sigmund Freud e Jean-Paul Sartre, entre outros tantos nomes importantes para a cultura no Ocidente.
Lançado no ano passado pela Amazon, o livro de José Rodrigues dos Santos é uma riqueza só. Sustentado em fatos históricos, fruto de extensa pesquisa sobre Espinosa, segundo o próprio autor, é de leitura cativante. Fascinado pela obra, ao que parece, o escritor Leandro Karnal produziu em junho uma entrevista com o colega. Um outro especialista no tema, o professor de filosofia Clóvis de Barros Filho, da USP, também é fonte respeitada do assunto. Tem cursos inteiros sobre Espinosa.
Um dos principais livros da vasta obra deste pensador, um provocador de sua época, é "Ética", publicado no ano de sua morte, em 1677, uma obra que pode ser encontrada na web até em áudio livro. Mas o autor português, agora ouvido por Karnal, tem lá a sua própria preferência sobre a produção de Espinosa, uma escolha que o amigo leitor vai descobrir ao ler o livro ou ao assistir à entrevista.

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